Praticamente todos os géneros cinematográficos já se inspiraram na temática zombie: desde o típico filme de terror, passando pelo gore, chegando também à comédia e mais recentemente ao filme de acção com World War Z. O fascínio por este tema acompanha o cinema desde muito cedo, talvez por uma certa atracção mórbida pela catástrofe global que já causou e poderá voltar a causar uma epidemia à escala mundial.

Desta vez o drama familiar foi o género escolhido para abraçar o universo dos mortos vivos, uma abordagem que não se afasta muito daquela feita pelo remake Let Me In e pelo original Let the Right One In, com a diferença de que estes dois procuraram falar de vampiros em vez de zombies. A escolha de crianças para protagonizar as vítimas infectadas, o ritmo lento, os ambientes fechados, familiares e com poucas personagens, indica o mesmo tipo de abordagem dos exemplos anteriores, a de humanizar até onde for possível aqueles que um dia deixaram, ou vão deixar de ser humanos.

Infelizmente o resultado deste, ao contrário dos outros, principalmente em Let Me In (onde curiosamente o remake melhora as qualidades do original), acaba por não ser positivo. Durante uns curtos noventa e cinco minutos, o filme vagueia com um rumo definido, pois o fim é anunciado desde o início, mas de caminho longo e enfadonho. Os autores da obra confundem intimista e envolvente com chato. A visão pretende ser crua e visceral, num registo assumidamente compassado, mas acaba por se desprender totalmente da carga emocional anunciada.

Curiosamente o mais interessante deste trabalho acaba por ser a interpretação de Arnold Schwarzenegger, não propriamente pela personagem que encarna, vaga e desinteressante, como todas as outras, mas pela cinematografia do seu rosto cujo envelhecimento ganhou um carisma curioso que o filme soube explorar.

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