Indo ao encontro da diáspora, e particularmente a da minha geração, a nascida nos anos 70, e portanto, a mais bem preparada de sempre, e neste ponto faço a analogia à denominada «Geração de Ouro» do futebol português, é fácil depreender que, também dada a nossa idade, estamos na casa dos 40 e tal, somos, por via das circunstâncias, dada a maturidade, e via das merdas de trabalhos e actividades que tivemos de fazer até à data, que seremos, SEM DÚVIDA ALGUMA, a geração mais útil de sempre à sociedade portuguesa.

Sociologicamente analisando, e decompondo o nosso “trabalho” lá fora e cá dentro, a reputação excede a nossa própria capacidade. Somos bons, sem dúvida. Mas tão bons como nos apregoam?! Será mesmo assim?!

O que, realmente, faz com que os povos da Europa Central, os conhecidos como monocrónicos, que assaz farão uma tarefa de cada vez, mas fá-lo-ão bem, ao invés dos povos do Sul da Europa, os supostos policrónicos, que executarão várias tarefas em simultâneo, mas nenhuma na perfeição, será uma teoria suficientemente comprovada?

Na minha reles óptica, mais outra, discordo plenamente. Observo o trabalhador português, e sigo o meu exemplo pessoal, como um indivíduo capaz de executar multitarefas em simultâneo. Exemplificando: poder estar no seu local/área de trabalho a optimizar o que lhe é destinado e, simultaneamente, a idealizar tanto um futuro plano de negócios para a empresa para a qual trabalha como a despedida de solteiro do colega do gabinete ao lado ou a reflectir sobre qual será o website que menos quebras terá nesse dia para ver a jogatana da Champions League ou ainda enveredar pela simples ideia de um convívio entre colegas que resulte num melhor ambiente de trabalho, e até convidar o “chefe” para tal desiderato…

Apesar de tudo, considero os povos multitasks, os “modernaços”, como o futuro da espécie, dita de humana, no sentido de um almejar de concretizações que nós, os tais nascidos nos 70, não pudemos ter… somos bons, sabemos muito, se calhar, demasiado, não somos úteis ao nosso tempo, seremos uma espécie de avant-garde mal-vinda no século XX… uns renascentistas nascidos em tempo impróprio…

Curioso, curioso, é ver esta malta a dar cartas pelo mundo fora. Relembro que os ‘tugas’ na casa dos 40’s ocupam cargos de excelência em entidades de renome pelo globo, exercem poderes de decisão junto dos maiores líderes mundiais, são consagrados com prémios disto e daquilo, contudo, não têm, reconhecimento ou emprego em Portugal. Algo está mal.

Connosco ou com o país?!.

PS: Não tenho. Porque seria, deveras, ofensivo.

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João Resende

O João começou a escrever estas estranhas coisas na altura da escola primária, só que nos caídos em desuso cadernos de duas linhas, tal não era a beleza da sua canhota caligrafia. Ainda pensa em adquirir a sua ilha no Pacífico, para tal desiderato pensa ganhar, um dia destes, o Euromilhões ou assaltar quem o tenha feito ou então tornar-se empresário de futebolistas em fase de formação e fazer meia dúzia de milhões e reformar-se. Hobbies: Cerveja, Home Cinema, Sporting e, claro, as suas 3 princesas que lhe orientam o Norte, o Sul e tudo o resto...

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